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CONTEXTO GEOLÓGICO

As áreas onde ocorrem as lavras das operações geridas pela Cooperpoconé, na chamada Província Aurífera da Baixada Cuiabana, encontram-se alinhadas segundo os chamados trend, ou lineamentos mineralizados (Figura 1). Estes lineamentos foram denominados em trabalhos acadêmicos como lineamento Salinas-Praia Grande, a sudeste, e lineamento Cangas-Poconé, a noroeste, neste último, onde se concentram as atividades da Cooperpoconé.

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Figura 1. Mapa mostrando a localização dos lineamentos onde se concentram a principais ocorrências que compõem a Província Aurífera da Baixada Cuiabana.

Estes lineamentos são, simplificadamente, zonas de falhas e fraturas regionais onde ocorre maior concentração de veios de quartzo, travessões e filões (Figura 2) e halos de alterações hidrotermais, onde o ouro se concentra. Estas zonas de falhas regionais são descontinuidades, “rachaduras” nas rochas, geradas por deformações produzidas durante o evento tectônico que fechou um antigo oceano que existia onde hoje encontra-se a Baixada Cuiabana. Este oceano existiu há mais de 500 milhões de anos atrás, e se fechou durante a formação de um supercontinente chamado Gondwana, no final da Era Paleoproterozoica.

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Figura 2. Croqui esquemático ilustrando a distribuição espacial dos veios auríferos que comumente ocorrem na região.

Uma das teorias para a origem do ouro da Província Aurífera da Baixada Cuiabana, é que ele estava contido em quantidades muito pequenas nos sedimentos desse antigo oceano, depositados em uma fase em que a Terra passava por um período glacial muito intenso, chamado Snowball Earth (Terra bola de neve), quando o planeta esteve quase completamente coberto por gelo. Os registros desta glaciação são observados nas rochas (tilitos) que ocorrem na região entre os municípios de Poconé e Nossa Senhora do Livramento. O fechamento deste oceano produziu uma cadeia de montanhas similares ao atual Himalaia, na região da Baixada Cuiabana e Pantanal. Durante o processo de fechamento oceânico e construção da cadeia de montanhas, a temperatura e pressão atuante nas rochas foram muito altas, produzindo deformações que geraram estruturas como a zona de falha que hospeda o lineamento Cangas-Poconé, e eventos hidrotermais que fizeram com que fluídos quentes percolassem as rochas do antigo oceano que continham baixos teores em ouro, remobilizasse este metal para serem precipitados em veios e halos de alteração na zona de fratura, concentrando e aumentando seu teor.

 

Após estes eventos tectônicos, a cadeia de montanhas passou por diversos processos geológicos, sendo erodida e formando a atual depressão topográfica onde hoje se encontra a chamada Baixada Cuiabana e Pantanal. Processos relativamente recentes de formação de solos, produziram carapaças lateríticas ricas em ouro que foram descobertas pelos bandeirantes, dando origem a exploração de ouro no século XVIII, e desde então, a exploração do metal ocorre na região dos lineamentos mineralizados, hoje já não ocorrendo nas carapaças lateríticas e aluviões, mas através da exploração dos veios e halos de alteração.

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